Eu às vezes fico muito tempo sem postar porque fico me perguntando se o que tenho a dizer carrega alguma importância. E também porque nem sempre possuo o momento para traduzir em palavras todo um universo de sensações e sentimentos que percorrem o que sou.
Na verdade, eu não sei muito bem sobre o que esse post se trata. Talvez seja sobre como surpresas desagradáveis podem acontecer, mesmo quando você está feliz e sentindo que um novo ciclo (mais maduro e importante) está prestes a começar. E o que acontece quando a gente está feliz, voltando a acreditar em um monte de princípios que pensávamos não significarem mais nada nos dias de hoje; quando a gente está produzindo e se realizando academicamente; e uma decepção cai de pára-quedas bem, em cima da nossa cabeça?
Bem, comigo aconteceu uma lição: coisas ruins não param de acontecer somente porque você está feliz. Pessoas de caráter duvidoso, inconsequentes, maliciosas ou imaturas não vão deixar de existir ou orbitar ao seu redor só porque você está feliz. Então a felicidade não pode se tornar um momento de vulnerabilidade ou inocência.
É importante lembrar que não foi você que errou, por mais idiota que possa estar se sentindo agora. Quem se aproveitou da sua confiança foi quem errou. e você não precisa "devolver na mesma moeda". Não siga o exemplo de quem te feriu, não vale a pena e é desperdício de tempo e energia. Siga em frente; é o que posso dizer. Pois todas as coisas incríveis que você estava experimentando ainda estão aí; as suas conquistas ainda são suas. Ninguém pode roubar quem você é, os sonhos que você alimenta ou aquilo que você acredita, apenas você mesmo.
E não, não é fácil continuar seguindo em frente depois de um tropeço, principalmente quando envolve quebra de confiança. Na maioria das vezes, o autor desta quebra nem ao menos tem idéia do estrago que causou. Na melhor das hipóteses, acredita ter cometido um "pequeno deslize"; nada que um "foi mal" não possa resolver... Não sei se valeria a pena se dar o trabalho de tentar explicar-lhe...
O importante é não tornar-se refém dessas pessoas. Não permita que a falha de caráter delas molde suas ações, pois as suas ações devem ser guiadas, acima de tudo, por você, pelo que você entende por justiça, cartáter e honestidade, não pelo que essas pessoas entendem (seja lá o que for que elas entendam...).
Acho que a lição que fica pra mim e que talvez seja de valia a mais alguém seja: tome cuidado, se preserve. Não é preciso desconfiar de todo mundo o tempo todo, mas não se precipite tanto em confiar. é uma medida meio estranha para mim, admito. Eu nunca consegui gostar de alguém "mais ou menos", usando conta-gotas. Quando gosto, adoro. Quando não gosto, detesto. Mas talvez o conta-gotas seja necessário em alguns momentos... Ou com algumas pessoas. E talvez ele possa evitar certas decepções.
E por falar em decepções, outra coisa importante: não crie tantas expectativas em relação às pessoas. Dificilmente elas irão corresponder. Permita-se surpreender com o que possa vir de bom. O pior que pode acontecer é não haver surpresa alguma. Por outro lado, também não haverá decepções.
Mas acima de tudo: siga em frente.
Os desvios do caminho
segunda-feira, 5 de agosto de 2013
sábado, 13 de abril de 2013
Para hoje... e sempre.
Hoje a minha vontade é de bagunçar tudo mesmo, fazer sentido
algum e me apaixonar por tudo de belo que me rodeia.
Hoje quero lembrar que minha solidão é companheira e que não
preciso viver com tanta pressa o tempo todo.
Hoje quero ler um livro bem devagar, degustando cada página,
deixando cada idéia tomar sua forma, com calma. E não quero me importar com o
fato de que perdi a conta dos livros que comecei a ler e ainda não terminei.
Hoje quero ser imperfeita, quero ser gente de verdade, quero
me espreguiçar e deixar que cada minuto do dia passe... Apenas passe.
Hoje quero me dar o direito de estar no mundo em toda a
plenitude dos meus defeitos, contradições, mágoas, tristezas e decepções,
porque tudo isso também faz parte de mim.
Hoje não tenho e nem quero mais ter paciência para mentiras
idiotas ou formalidades imbecis porque eu gosto de enxergar verdade nas pessoas
e nas coisas.
Hoje eu quero me lembrar de que estou diante do início de
uma vida diferente, melhor, emocionante e plena; e que não preciso sentir medo
disso ou pensar que não a mereço.
quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
Riscos do caminho
Sidarta Cavalcante
Este pequeno texto apareceu na timeline do meu facebook justamente na noite em que eu tive que pagar a conta de um risco que fiz em minha alma... Um risco que deixei entrar no coração o mais fundo que poderia; não controlei sua força, não medi o comprimento: ganhou vida própria e me deixei levar por ele, me expus, me entreguei sem hesitações. E a conta veio. E tive que pagar.
Fui chamada de “adolescente de 14 anos”, de paranóica e... Como foi mesmo? Ah, sim, fui “acusada” de fazer comparações líricas. O que dizer acerca disso? Vejamos... Sou um ser que traz consigo sentimentos muito intensos, sou apaixonada até mesmo por aquilo que estudo cientificamente. Não escolhi ser assim, nem sei se é possível fazer tal escolha; apenas consegui entender que é esse o meu modo verdadeiro de ser e de estar no mundo, para o bem e para o mal. Isso pode fazer com que eu pareça uma adolescente de 14 anos? Não sei, é provável, mas isso implica numa coisa muito, mas muito legal: adolescentes de 14 anos vivem intensamente, têm a coragem e irreverência próprias da juventude e não se envergonham de buscar aquilo que lhes dão prazer. Vigor. Talvez esta seja a palavra. Que bom, então! Eu tenho o vigor de uma garota dentro da estrada percorrida de uma mulher.
Quanto ao “paranóica” eu simplesmente não me vejo neste termo. Aliás, quem é estudante ou profissional de saúde (e no meu caso há a psicologia, que passeia nos limiares da saúde e da humanas) sabe que o paranoico é, por concepção, egocêntrico. O paranoico tem um sério problema com empatia: ele mal consegue enxergar o outro. Tudo o que acontece no mundo acontece por causa dele e para atingi-lo de alguma forma. O paranoico geralmente não consegue se preocupar com mais ninguém, a não ser consigo. Deixo aqui um aviso importante: é complicado chamar alguém de paranoico no meio de uma discussão, principalmente se esse alguém está familiarizado com o conceito clínico de paranoia. Não faça isso; é uma forma demasiada errônea de aplicar o termo e pode ser bem mais ofensivo que o intento.
Agora sobre as comparações líricas... Eu faço mesmo, e daí? Desde quando lirismo é sinônimo de exagero ou mentira? Lirismo também não tem nada a ver com “fazer drama”. E aqui vai o conceito de lirismo: “(s.m) 1. Inspiração lírica. 2. Exaltação dos sentimentos pessoais.” (Fonte: Minidicionário Larousse). Sim, senhor, eu sou uma pessoa lírica, muito obrigada. Não vejo problema nenhum quanto a isso. O lirismo é uma forma de expressão de sentimentos intensos. A meu ver, uma bela forma...
Mas acredito que a maior beleza (ou ironia?) disso tudo é que não guardo mágoa. Só consigo guardar amor.
P.S: A quem possa interessar: http://www.infoescola.com/psicologia/paranoia/
domingo, 25 de novembro de 2012
Um caminho a dois
"Se o mundo lhe
abandona, a solidão é tolerável, mas se você mesmo se abandona, a solidão é
insuportável!"
---
- Como foi o seu dia?
- Foi ótimo!
- Como, ótimo? Você
passou o dia inteiro sozinha, enfiada nessa casa!
- Ué, eu sou uma ótima
companhia para mim mesma!
O diálogo é verídico e minha resposta foi espontânea, nem um
pouco planejada. Dias depois fiquei refletindo sobre ela... É muito importante
ser uma boa companhia para si! Eu sou o único ser que vai estar comigo durante
TODAS as 24 horas de TODOS os meus dias! A vida fica complicada demais quando a
gente não consegue se acompanhar...
Nem sempre fui uma boa companhia para mim mesma. E acredito que
seja impossível o ser o tempo todo, mas é plenamente possível o ser pelo menos
por uma boa parte do tempo que dispomos por aqui, desde que se disponha de vontade
e paciência para conhecer-se, dialogar consigo, reconhecer em si
fraquezas, imperfeições e trabalhá-las com amor, com todo o cuidado que se
possa ter com uma pessoa; sem, contudo, menosprezar as próprias fortitudes.
Estou falando de um processo que se pede constante, que é
para uma vida. E quando o experienciamos dessa forma é que o mais belo encontro
com o outro poderá se dar. Porque assim iremos expor e confiar ao outro o que
há de mais valioso em nós, não porque precisamos, mas porque queremos. Não
porque seria impossível viver de outra forma, mas porque, dessa forma, a vida
será melhor, será mais.
Muitas pessoas não entendem a coragem e a ternura que
residem na frase: “eu sou tua” – e coloco no feminino, pois aqui estou
expressando um ponto de vista muito meu, mas sabe, quando essa frase é
proferida por um homem, acredito que exista nela um valor diferente e, em certa
medida, mais intenso, dada nossa cultura que sempre defendeu a camuflagem dos
sentimentos e emoções mais legítimos do gênero masculino.
“Eu sou tua” não implica numa concessão de território;
implica numa entrega espontânea que é, na realidade, um convite ao compartilhar.
Quando digo ao outro “eu sou tua” não estou entregando a ele o poder absoluto
sobre minha vontade ou minhas ações. Estou reiterando um vínculo afetivo, um
compromisso de amor. O subtexto desta frase seria: “quero que você permaneça na
minha vida, quero que você me conheça, quero lhe conhecer e reconhecer as mais
sutis nuances que você permitir. Eu escolhi você”.
Dessa forma, quem diz “eu sou tua” é senhora de seus
sentimentos e da opção de, mais tarde, caso assim o entenda e se perceba,
dizer: “não lhe quero mais”. Não se trata aqui de uma entrega definitiva e
incondicional, pois aquele que recebe precisa assumir a responsabilidade de
cuidar, assim como também é dono da possibilidade da recusa. O que entendo não
ser permitido é aceitar isentando-se desse encargo. Aquele que o faz, está fadado
à perda.
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
Trajetória de emoções
É engraçado como certos textos encontram lugar permanente na memória. Há alguns anos, no tempo em que aquela série E.R ainda apresentava temporadas inéditas, foi exibido o capitulo do casamento de Abby e Luka (curioso como a tradução da legenda foi mais feliz do que as traduções que encontrei na Internet...).
No momento dos votos, Abby citou esta poesia que, acredito, muitos fãs de E.R jamais esqueceram:
I carry your heart with me
E. E. Cummings
.
I carry your heart with me
(I carry it in my heart)
I am never without it
(anywhere I go you go, my dear; and whatever is done
by only me is your doing, my darling)
.
I fear no fate
(for you are my fate, my sweet)
I want no world
(for beautiful you are my world, my true)
and it’s you are whatever a moon has always meant
and whatever a sun will always sing is you
.
here is the deepest secret nobody knows
(here is the root of the root and the bud of the bud
and the sky of the sky of a tree called life; which grows
higher than the soul can hope or mind can hide)
and this is the wonder that’s keeping the stars apart
.
I carry your heart (I carry it in my heart)
.
.
.
Abençoados sejam todos aqueles que entendem o amor de um modo tão doce como esse texto expressa.
No momento dos votos, Abby citou esta poesia que, acredito, muitos fãs de E.R jamais esqueceram:
I carry your heart with me
E. E. Cummings
.
I carry your heart with me
(I carry it in my heart)
I am never without it
(anywhere I go you go, my dear; and whatever is done
by only me is your doing, my darling)
.
I fear no fate
(for you are my fate, my sweet)
I want no world
(for beautiful you are my world, my true)
and it’s you are whatever a moon has always meant
and whatever a sun will always sing is you
.
here is the deepest secret nobody knows
(here is the root of the root and the bud of the bud
and the sky of the sky of a tree called life; which grows
higher than the soul can hope or mind can hide)
and this is the wonder that’s keeping the stars apart
.
I carry your heart (I carry it in my heart)
.
.
.
Abençoados sejam todos aqueles que entendem o amor de um modo tão doce como esse texto expressa.
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
As pontes do caminho
É engraçado como aquele que a gente cativou pode voltar
depois de tanto tempo longe... Às vezes
a distância, quando persiste por anos, causa uma sensação de que a amizade
acabou e a gente até passa por uma espécie de luto. Lamentamos não ter mais
aquele amigo para emprestar o ombro aonde muitas lágrimas um dia chegaram a
cair; ou para celebrar junto um acontecimento alegre, uma conquista importante.
E aí algo acontece; um desvio se apresenta... A coragem
necessária vem, a gente segue aquele rumo incerto e algo muda. E é como se essa
coragem se desdobrasse e te inspirasse a agir porque você sempre soube que
pegar aquele desvio implicaria necessariamente em procurar aquela pessoa. Você
tinha que dar o primeiro passo porque foi exatamente você – por razões que hoje
já não fazem o menor sentido – que deu inúmeros passos para trás, afastando-se
do amigo que já havia percorrido com você tantos caminhos na mesma estrada.
E por um momento parece que não existiram hiatos, que o
tempo não passou. Ele está ali, diante de você, contando coisas de sua vida e
das traquinagens que os filhos andam aprontando, como se fosse uma ocasião
trivial. Dizem que só o amor consegue criar pontes assim, que atravessam não só
as distâncias, mas o tempo também, resgatando uma afinidade e um sentimento de “tudo
bem, agora eu posso ser eu”, de falar do cotidiano e ser bom porque quem está
ouvindo te entende, te apóia e não te julga (por mais que discorde de um monte
de bobagens de você conte).
Tempo e distância podem fazer muitas relações mudarem, mas
esse amor consegue criar uma atmosfera de eterno. Não se pode esperar que as
coisas voltem a ser como antes porque esse estado de “ser como antes” não
existe, é uma fantasia da nossa cabeça. Mas talvez seja possível recomeçar de outra
forma, do ponto em que (se) parou.
São pessoas assim, esses irmãos de pai e mãe diferentes, que
dão cor e aroma especiais à nossa vida. Há muitas “frases feitas” por aí
dizendo que amigo é o irmão que a gente escolhe, mas eu não acredito nisso. O
amigo que, ao seu lado, faz nascer esse tipo de amor que transcende tempo,
espaços e erros não se escolhe, se reconhece.
E assim, meus desvios fizeram com que eu pudesse novamente
contar com a presença de alguém que tanto me fez falta, que sempre foi, mesmo
quando eu não pedia, o irmão mais velho, conselheiro, aquele que me puxava de
volta para a realidade quando eu ficava perdida em devaneios ou me acalmava com
a voz tranquila durante as mais difíceis perdas.
Fez falta. A gente sobrevive longe? Sem contato? Claro, a
gente sobrevive diante das mais áridas situações. Mas não é tão legal, porque é
sobreviver. Não se trata aqui de uma necessidade básica, fisiológica, mas de um
querer incondicional da emoção.
sábado, 15 de setembro de 2012
Peguei um desvio, olhei para cima e vi o sol.
Uma coisa interessante que aprendi fazendo uma disciplina de
psicanálise é que esta teoria coloca que é a falta que nos move; é a busca por
suprir algo que não sabemos (e nunca iremos, de fato, saber) que nos faz
construir estruturas que cercam nossa vida: trabalho, estudo, relacionamentos,
critérios de consumo... Ou, se mal conduzida, pode tornar-se causa de uma série
de patologias emocionais.
Em outro momento, em outra sala de aula, meu professor da
disciplina de Imagens, Mito e Discurso discorreu sobre o significado da luz do sol
nos mitos de civilizações antigas. Quando nessas histórias se fala da luz ou do
próprio sol, está-se, na verdade, fazendo referência a um conhecimento sagrado,
proibido e fora do alcance dos mortais. Aquele que infringe regras e ousa não
só roubar um pedacinho de luz, mas partilhá-lo com os seus é o personagem
considerado subversivo, revolucionário – o “herói”.
Olhei para o céu e vi o sol tão longe... Mas um pedacinho de
luz chegou a mim e eu o guardei. Aconteceu dessa forma comigo: em meio a uma
campanha eleitoral; mas pode acontecer de muitas formas com outras pessoas. O
importante é não deixar esse facho de luz se perder.
Ainda que nunca venhamos saber qual é esta verdadeira falta,
que estaria situada nos recônditos mais profundos do inconsciente, é possível
definir um caminho onde as tentativas de supri-la permeiem ações que fortaleçam
mente e emoção, que a cada novo dia nos ensine algo novo e maravilhoso nessa tão
singular condição de ser não só humano, mas de “ser social”.
Então é preciso guardar a centelha de sol que nos abraça,
cultivá-la com carinho e dividi-la com os que estão ao nosso redor, para que
assim ela se multiplique e se torne cada vez mais intensa, pois com essa luz
inspiradora podemos forjar um poder que transforma realidades, que nos mostra
todo dia, dia a dia, que nada, mas nada mesmo, é impossível de mudar.
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