Sidarta Cavalcante
Este pequeno texto apareceu na timeline do meu facebook justamente na noite em que eu tive que pagar a conta de um risco que fiz em minha alma... Um risco que deixei entrar no coração o mais fundo que poderia; não controlei sua força, não medi o comprimento: ganhou vida própria e me deixei levar por ele, me expus, me entreguei sem hesitações. E a conta veio. E tive que pagar.
Fui chamada de “adolescente de 14 anos”, de paranóica e... Como foi mesmo? Ah, sim, fui “acusada” de fazer comparações líricas. O que dizer acerca disso? Vejamos... Sou um ser que traz consigo sentimentos muito intensos, sou apaixonada até mesmo por aquilo que estudo cientificamente. Não escolhi ser assim, nem sei se é possível fazer tal escolha; apenas consegui entender que é esse o meu modo verdadeiro de ser e de estar no mundo, para o bem e para o mal. Isso pode fazer com que eu pareça uma adolescente de 14 anos? Não sei, é provável, mas isso implica numa coisa muito, mas muito legal: adolescentes de 14 anos vivem intensamente, têm a coragem e irreverência próprias da juventude e não se envergonham de buscar aquilo que lhes dão prazer. Vigor. Talvez esta seja a palavra. Que bom, então! Eu tenho o vigor de uma garota dentro da estrada percorrida de uma mulher.
Quanto ao “paranóica” eu simplesmente não me vejo neste termo. Aliás, quem é estudante ou profissional de saúde (e no meu caso há a psicologia, que passeia nos limiares da saúde e da humanas) sabe que o paranoico é, por concepção, egocêntrico. O paranoico tem um sério problema com empatia: ele mal consegue enxergar o outro. Tudo o que acontece no mundo acontece por causa dele e para atingi-lo de alguma forma. O paranoico geralmente não consegue se preocupar com mais ninguém, a não ser consigo. Deixo aqui um aviso importante: é complicado chamar alguém de paranoico no meio de uma discussão, principalmente se esse alguém está familiarizado com o conceito clínico de paranoia. Não faça isso; é uma forma demasiada errônea de aplicar o termo e pode ser bem mais ofensivo que o intento.
Agora sobre as comparações líricas... Eu faço mesmo, e daí? Desde quando lirismo é sinônimo de exagero ou mentira? Lirismo também não tem nada a ver com “fazer drama”. E aqui vai o conceito de lirismo: “(s.m) 1. Inspiração lírica. 2. Exaltação dos sentimentos pessoais.” (Fonte: Minidicionário Larousse). Sim, senhor, eu sou uma pessoa lírica, muito obrigada. Não vejo problema nenhum quanto a isso. O lirismo é uma forma de expressão de sentimentos intensos. A meu ver, uma bela forma...
Mas acredito que a maior beleza (ou ironia?) disso tudo é que não guardo mágoa. Só consigo guardar amor.
P.S: A quem possa interessar: http://www.infoescola.com/psicologia/paranoia/
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