quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Riscos do caminho



Esse é o problema do arriscar. Riscos deixam marcas na pele. Quanto mais manchas, mais vida. Quem não quer envelhecer, que não viva. Quem deseja viver de verdade, que arrisque a própria pele. Ousa riscar o céu com o lápis d'alma e aprecia a paisagem. Mesmo que seja escura ou sangre, assume os riscos de tua pintura. A obra é tua, vai com tua assinatura, mas é tua alma que anseia ser expressa a tinta. Se souberes destacar o que a alma quer, toda obra tua será prima. E os riscos d'alma sempre valem a pena!


Sidarta Cavalcante


Este pequeno texto apareceu na timeline do meu facebook justamente na noite em que eu tive que pagar a conta de um risco que fiz em minha alma... Um risco que deixei entrar no coração o mais fundo que poderia; não controlei sua força, não medi o comprimento: ganhou vida própria e me deixei levar por ele, me expus, me entreguei sem hesitações. E a conta veio. E tive que pagar.

Fui chamada de “adolescente de 14 anos”, de paranóica e... Como foi mesmo? Ah, sim, fui “acusada” de fazer comparações líricas. O que dizer acerca disso? Vejamos... Sou um ser que traz consigo sentimentos muito intensos, sou apaixonada até mesmo por aquilo que estudo cientificamente. Não escolhi ser assim, nem sei se é possível fazer tal escolha; apenas consegui entender que é esse o meu modo verdadeiro de ser e de estar no mundo, para o bem e para o mal. Isso pode fazer com que eu pareça uma adolescente de 14 anos? Não sei, é provável, mas isso implica numa coisa muito, mas muito legal: adolescentes de 14 anos vivem intensamente, têm a coragem e irreverência próprias da juventude e não se envergonham de buscar aquilo que lhes dão prazer. Vigor. Talvez esta seja a palavra. Que bom, então! Eu tenho o vigor de uma garota dentro da estrada percorrida de uma mulher.

Quanto ao “paranóica” eu simplesmente não me vejo neste termo. Aliás, quem é estudante ou profissional de saúde (e no meu caso há a psicologia, que passeia nos limiares da saúde e da humanas) sabe que o paranoico é, por concepção, egocêntrico. O paranoico tem um sério problema com empatia: ele mal consegue enxergar o outro. Tudo o que acontece no mundo acontece por causa dele e para atingi-lo de alguma forma. O paranoico geralmente não consegue se preocupar com mais ninguém, a não ser consigo. Deixo aqui um aviso importante: é complicado chamar alguém de paranoico no meio de uma discussão, principalmente se esse alguém está familiarizado com o conceito clínico de paranoia.  Não faça isso; é uma forma demasiada errônea de aplicar o termo e pode ser bem mais ofensivo que o intento.

Agora sobre as comparações líricas... Eu faço mesmo, e daí? Desde quando lirismo é sinônimo de exagero ou mentira? Lirismo também não tem nada a ver com “fazer drama”. E aqui vai o conceito de lirismo: “(s.m) 1. Inspiração lírica. 2. Exaltação dos sentimentos pessoais.” (Fonte: Minidicionário Larousse). Sim, senhor, eu sou uma pessoa lírica, muito obrigada. Não vejo problema nenhum quanto a isso. O lirismo é uma forma de expressão de sentimentos intensos. A meu ver, uma bela forma...

Mas acredito que a maior beleza (ou ironia?) disso tudo é que não guardo mágoa. Só consigo guardar amor.

P.S: A quem possa interessar: http://www.infoescola.com/psicologia/paranoia/




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