sábado, 15 de setembro de 2012

Peguei um desvio, olhei para cima e vi o sol.

Uma coisa interessante que aprendi fazendo uma disciplina de psicanálise é que esta teoria coloca que é a falta que nos move; é a busca por suprir algo que não sabemos (e nunca iremos, de fato, saber) que nos faz construir estruturas que cercam nossa vida: trabalho, estudo, relacionamentos, critérios de consumo... Ou, se mal conduzida, pode tornar-se causa de uma série de patologias emocionais.

Em outro momento, em outra sala de aula, meu professor da disciplina de Imagens, Mito e Discurso discorreu sobre o significado da luz do sol nos mitos de civilizações antigas. Quando nessas histórias se fala da luz ou do próprio sol, está-se, na verdade, fazendo referência a um conhecimento sagrado, proibido e fora do alcance dos mortais. Aquele que infringe regras e ousa não só roubar um pedacinho de luz, mas partilhá-lo com os seus é o personagem considerado subversivo, revolucionário – o “herói”.

Olhei para o céu e vi o sol tão longe... Mas um pedacinho de luz chegou a mim e eu o guardei. Aconteceu dessa forma comigo: em meio a uma campanha eleitoral; mas pode acontecer de muitas formas com outras pessoas. O importante é não deixar esse facho de luz se perder.

Ainda que nunca venhamos saber qual é esta verdadeira falta, que estaria situada nos recônditos mais profundos do inconsciente, é possível definir um caminho onde as tentativas de supri-la permeiem ações que fortaleçam mente e emoção, que a cada novo dia nos ensine algo novo e maravilhoso nessa tão singular condição de ser não só humano, mas de “ser social”.

Então é preciso guardar a centelha de sol que nos abraça, cultivá-la com carinho e dividi-la com os que estão ao nosso redor, para que assim ela se multiplique e se torne cada vez mais intensa, pois com essa luz inspiradora podemos forjar um poder que transforma realidades, que nos mostra todo dia, dia a dia, que nada, mas nada mesmo, é impossível de mudar.



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